Os integrantes do sistema I/O Gatos - parte 2

          No capítulo anterior, vimos que a Brendanieta formou uma rede local integrada à casa da minha mãe, e eu tive que me mudar sem nenhum gato. Pois bem, eu estava um dia andando uma rua abaixo da casa da minha mãe em novembro de 2010 e encontrei uma gatinha miando na sarjeta. Peguei-a com o intuito de integrá-la à minha mais nova morada. Dei-lhe o nome de Mércia, era um amor! Tempos depois, para fazer-lhe companhia, fui à casa de ração onde eu exerço responsabilidade técnica e peguei uma outra gatinha, cujo nome passou a ser Mabi.

Mércia, também chamada de Mércila Tânia

Mabi. Reparem como a barriguinha dela era inchada.

          A Mércia e a Mabi viviam muito tranquilas em meu apê, mas eu sempre percebi que a Mabi tinha o abdome bastante distendido. Mediquei-a com vermífugos, mas nada adiantava. Não vou dizer que nunca pensei em PIF, mas sempre tirava isso da minha cabeça. Alguns dias depois de castrada, em uma manhã, a Mércia começou a passar muito mal, sufocada, saímos correndo para interná-la e colocá-la no oxigênio, mas não deu tempo, ela logo veio a óbito. Fiquei muito chocada com uma morte tão repentina! Até hoje não sabemos o que causou a morte da Mércia. Passados três meses, foi a vez da Mabi. A PIF infelizmente havia se revelado, seu abdome começou a ficar bem maior, ela foi parando de comer, começou a ter diarréia... Foi no feriado de carnaval de 2011. Na quarta feira de cinzas, já sem mais o que fazer, optamos pela eutanásia. Realmente, foi bem cinza!

ÁGATHA, A MARBLE TABBY

          Logo que a Mércia morreu, com a Mabi sozinha, pegamos a Ágatha no abrigo da Aspaan, uma entidade não governamental de Goiânia que abriga, castra e busca lares para animais em situação de abandono. Logo elas tinham ficado muito amigas, dava gosto de ver as duas juntas. Quando a Mabi piorou muito, tive que interná-la, pois ela já não aceitava nem AD na seringa. Voltei da clínica e após parar o carro na garagem, disparei a chorar como louca, pois sabia que minha gatinha nunca mais iria voltar. Entrei em meu apartamento e a Ágatha pareceu sentir o que estava acontecendo, foi muito triste. Depois da morte da Mabi, eu fiquei preocupadíssima, achando que a próxima vítima seria a Ágatha!

Foto do site da Aspaan. Era olhuda, orelhuda e magrela!

Foi uma feliz amizade

          A Ágatha sempre foi uma gata muito carinhosa, mas sem ser melosa e carente. Muito educada e pouco exigente, se adapta bem em novos locais. Sempre a levava para a casa de minha mãe para que se acostumasse, caso viajássemos. Ela adora! Digo que quando tiramos férias, a Ágatha tira também. O pelo dela é muito macio, e o miado é muito suave. Possui orelhas molinhas e patas e olhos redondos. Ela cresceu bem mais que todos os gatos que já tive. Bem tranquila, ela realmente é aquela gata amiga para todas as horas, mas só com os da casa. Ela detesta visitas e odeia quando o interfone toca, se escondendo imediatamente dentro da cama box quando isso acontece!

Depois de adulta, bem mais proporcional!

MABEL, A CALICO VAN 

          A Mabel foi colocada em cima do muro da casa da minha mãe (já dá para imaginar o motivo) na madrugada de 9 de abril, um mês depois da morte da Mabi. Por esse motivo: Mabel. A princípio, achávamos que se tratava de uma gata cinza. Mas após um banho, percebemos que na verdade era uma gata quase sem pelos, tamanha eram as lesões causadas por fungos! A Mabel estava tão mofada, mas tão mofada, que só tinha pelo na cabeça, nas costas e parte do rabo. O focinho dela estava cheio de feridas.

Depois do primeiro banho (foto de um vídeo)

Aumentando a imagem, dá para ver o estrago do fungo
 e as primeiras lesões do Rubinho (não gosto do nome Rabito).

          Comprei um frasco de xampu de cetoconazol e dava banho todas as semanas, algumas vezes, até duas vezes na semana. E algumas semanas depois ela se revelou uma linda gata com penugens brancas. E mais algumas semanas, só faltava o nariz cicatrizar. Ela ficou morando na casa de minha mãe.

Nariz sem pelos

          O Nélio, minha mãe, meu irmão, meu cachorro (Rubinho, na foto) e até meus colegas de trabalho pegaram micose e eu perdi a unha do mindinho esquerdo duas vezes!! Pelo menos meus colegas nem desconfiavam o motivo da micose, menos mal! E para falar a verdade, eu nunca nem mencionei que tinha em minha casa uma gata com dermatofitose. Mas hoje está todo mundo bem, minha unha cresceu, já pintei de várias cores e eu tenho uma bela gata van calico que mia grosso e alto!

Patas com poucos pelos

          A Mabel é um pouco mais carente do que a Ágatha, e também mais infantil, engraçada e mais preguiçosa. Adora sujeira, quando fica na casa da minha mãe, volta marrom, de tanta terra. É muito pequena, possui orelhas durinhas, patas em forma de gotas e olhos amendoados. Ela possui também uma crista no occipital pronunciada, tipo uma bolinha de osso no topo da cabeça, igual nasce em cachorro grande. Mas nunca vi isso em gato! Ela adora colos, se as coisas fossem no sentido literal da palavra e também baseadas nas vontades da Mabel, eu teria uma gata permanentemente pregada nas minhas pernas, iria sair com ela pendurada por aí... ela gosta tanto de colos... sinceramente, às vezes até enche o saco!

Acostumei-me a ficar em cima do muro!

A FORMAÇÃO DA REDE LOCAL AGAMABEL

          Relutei muito para trazer a Mabel para meu apê. Na minha concepção, havia uma macumba que me proibia de arrumar um novo gato, pois parecia que sempre que eu fazia isso, o gato da casa morria! E eu ficava achando que essa macumba iria matar a Ágatha se eu trouxesse a Mabel. Mas também ficava com muita pena da Ágatha sozinha. Quando eu estacionava a moto na garagem, eu já ouvia-a lá de baixo esgoelando, pedindo "pelo amor de Deus, eu não quero ficar mais tempo sozinha!". Eu abria a porta e parecia que ela estava me esperando há anos.

Estava sempre a espera de alguém!

          Então, em setembro de 2011, resolvi trazer a Mabel. A Ágatha adorou, mas a Mabel nem tanto. Demoraram longuíssimos dois dias para que elas começassem a ficar amigas. E no começo, as brincadeiras ainda tinham muitos rosnados. Mas logo depois as coisas começaram a ir tão bem, que a Ágatha até parou de miar quando eu chegava, e assim que eu abria a porta, percebia que ela estava dormindo! Muito melhor dois gatos!

No começo, tudo é complicado. Essa lutinha foi de verdade.

          Hoje em dia, Ágatha e Mabel vivem juntas conosco, formando o núcleo Agamabel, desenvolvendo programas felinos bem mais interativos e intuitivos do que a Brendanieta. São para usuários ainda mais carentes que precisam do toque físico e macio de um gato, como um colo ou visualizações de brincadeiras intermitentes. E que também são muito eficientes!

Precisando de um gato amigo, estamos aqui!

Ainda continua, viu...